AMBIENTE

Descarte de vestuário novo, com prejuízo social e ambiental, fica proibido

Cultura&Realidade - 22 de Fevereiro de 2020 (atualizado 22/Fev/2020 09h57)

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O governo francês garantiu que essa medida vai favorecer a economia circular - Foto: Ilustração

O descarte de produtos novos que não são vendidos, é uma prática muito comum em diversos países. Esse descarte é feito através da sua destruição, o que além de ser um desperdício de mercadoria, contribui para a poluição do planeta.
Para acabar com esse mal, a França decidiu criar uma lei para banir quem age dessa forma e proibiu a destruição de produtos novos, obrigando que eles sejam reciclados, reutilizados ou doados.

 

Coisas novas destruídas

Muita gente não sabe, mas a maioria dos produtos que não são comprados por nós, acabam sendo destruídos. Roupas, alimentos, produtos de higiene, cosméticos, eletrodomésticos e até brinquedos que ficam parados nas prateleiras e nos estoques “precisam” ser descartados quando não são utilizados. Com isso, os aterros ficam cada vez mais lotados e o ambiente mais poluído.

Na França, cerca de 650 milhões de produtos perecíveis são destruídos por ano. Pensando nisso, a secretária de Estado da Transição Tecnológica, Brune Poirson, lançou uma nova medida para acabar com esse desperdício. Tanto que a lei aplicada aos alimentos já vendo sendo utilizada na França e deverá ser expandida também para os demais produtos.

De acordo com uma matéria publicada no Shifter, as empresas terão até o final de 2021 para se adequarem a essa medida, pois será obrigatória e válida para todos os produtos a partir de 2023.

“As empresas terão que doar os produtos não vendidas às associações, reutilizá-los ou reciclá-los, sob pena de serem submetidos a uma sanção ainda não explicitada”.

 

O que pensa a indústria da moda?

Há tempos, a indústria da moda costuma destruir mercadorias que não são vendidas para evitar falsificações e proteger a propriedade intelectual. São toneladas de roupas destruídas por ano, sendo que elas serviriam para muitas pessoas que atualmente não tem o que vestir.

Diante da nova lei, foi aberto um debate público sobre a contribuição da indústria da moda para o lixo. Ficou decidido que o uso de pelos de animais deverá ser banido das confecções e haverá uma reabilitação das peças não vendidas.


Com isso, Paris, a capital da moda, terá que se adequar aos novos “padrões de beleza” que incluirá, agora mais do que nunca, a criação de um novo método para evitar o excesso de produção e o desperdício exacerbado.

Apesar da preocupação das indústrias de luxo com relação ao mercado paralelo, o governo francês garantiu que essa medida vai favorecer a economia circular, pois criará um modelo de crescimento mais sustentável.


Com conteúdo de GreenMe